A DataOps Dominant Design Emerges

Matt Aslett of 451 Research makes the case for mainstream adoption of DataOps in their recent report on DataKitchen. Matt lays out the DataOps ecosystem and shows how players, including DataKitchen…

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Mais uma vez

Eu a observo enquanto vai embora, mais uma vez. Deixava rastros de fumaça do cigarro que fumava. Deixava também rastros do seu perfume de flor de cerejeira que me causava fortes dores de cabeça. Desta vez, por uma vez que seja, eu não vou atrás dela.

- Vá curar teu inferno de cabeça sozinha! — Pensei alto.

Alto demais! Devo estar gritando a plenos pulmões, e só percebi quando a boca estava aberta e a garganta seca por liberar aquelas palavras; tão ínfimas, tão íntimas, e tão nossas. Mas uma coisa precisa ser dita e registrada sobre aquela mulher: ela tinha o poder de desgraçar toda a minha vida com aquela porra de sorriso aberto que possuía. Eu queria morder aquela boca até sangrar todas as vezes em que se abria, apenas para impedi-la de sorrir.

NÃO!

DESSA VEZ NÃO!

VIRA ESSA CARA E VAI COM ESSE SORRISO PRA PUTA QUE TE PARIU!

Eu sempre caía. Sempre! Ela sorria, e lá vou eu ser coxo na vida para fazer o que ela quisesse. Mas hoje ela não sorriu. E hoje meu orgulho vai falar mais alto. Veja bem, não se trata apenas de uma briga de casal. Até porque, nem casal nós somos. Estranhos indefinidos que dormem e fodem juntos há mais de um ano? Bom, culpe o destino. Culpe a bebida. Culpe até aquele maldito perfume de flor de cerejeira que me causava dores de cabeça, mas que me impregnava com vida todas as vezes que eu tocava a pele daquela mulher. Mas em todas as brigas ela sai por aquela porta, ameaçando ir pra sempre e me pedindo pra entender. Eu ia atrás, fazia cena.

- Volta que eu te curo, que eu te acho ou te ajudo a se procurar. — Eu dizia.

Ela, seus medos e seus anseios voltavam. Mas hoje ela disse que ia pra sempre, e eu continuei tomando meu café. Nessas idas e vindas, eu sempre recolho os cacos de vidro espalhados pelo chão e limpo a mancha de vinho tinto do carpete. Hoje eu vou tomar meu café, fumar meu cigarro e terminar de ler aquela porra de conto francês que está empoeirado na estante.

Caminho até a sala, calmamente. Não que eu esteja calmo, mas não vejo razão para me acelerar. Encontro o livro de folhas amareladas jogado num canto do móvel também antigo. Mas ao abrir uma página apenas, tenho vontade de gritar e amaldiçoar o destino de todos os homens deste mundo. Tem um maldito fio de cabelo vermelho na primeira página do maldito conto francês. Um maldito fio do cabelo dela. Jogo o livro pela janela e pego as chaves. E é óbvio que eu irei atrás dela, mais uma vez.

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